20/02/2007

Pós-Quioto


Os ministros do Ambiente da União Europeia (U.E.) chegaram hoje a acordo para a redução de pelo menos 20% dos gases de efeito de estufa até 2020, vinculando-se ainda à mesma meta de 20% para energias renováveis e 10% de biocombustíveis. A redução poderá atingir os 30%, se outros países industrializados se comprometerem com metas idênticas. Estas metas estão condicionadas a que “os outros países industrializados se comprometam com reduções comparáveis e que os países em vias de desenvolvimento mais avançados contribuam na medida das suas responsabilidades e possibilidades”. Ao vincular-se com objectivos para lá de 2012, a U.E. pretende garantir a continuidade de Quioto, tentando associar ao esforço os EUA, que continuam sem ratificar o protocolo apesar de serem responsáveis por um quarto das emissões de dióxido de carbono, bem como a Austrália, a China e a Índia. Recorde-se que actualmente são lançadas na atmosfera 70 milhões de toneladas diárias de dióxido de carbono.
Neste contexto, no passado dia 16 de Fevereiro, dois anos após a entrada em vigor do Protocolo de Quioto, os “Os Verdes” aproveitaram para relembrar que os compromissos assumidos por Portugal, neste quadro, continuam por cumprir, reafirmando ainda a necessidade de se investir em fontes de energia renováveis e nos transportes públicos.
O sector dos transportes, nomeadamente o sector automóvel, foi o que mais contribuiu em Portugal e, particularmente, também em Lisboa, para o aumento dos gases com efeito de estufa lançados na atmosfera. As emissões continuam acima dos compromissos assumidos pelo nosso país e não se vislumbra a tomada de medidas de fundo no sentido de inverter esta situação. É evidente a inércia das entidades responsáveis na adopção de medidas estratégicas, como a eficiência energética, a aposta real nas energias alternativas, a valorização e promoção dos transportes colectivos, por forma a reduzir a utilização diária do transporte individual nos grandes centros urbanos, entre outras medidas.
Os Verdes” têm em curso uma campanha intitulada “STOP ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS”, iniciada em Dezembro de 2005, e que percorreu já cerca de 100 concelhos do país, incluindo os arquipélagos dos Açores e da Madeira. Na semana passada esta acção de sensibilização voltou às escolas de Lisboa, tendo alcançado um êxito considerável junto dos estudantes do secundário. Esta campanha, com uma linha comum a nível internacional, mas independente da passagem por Lisboa de Al Gore, tem como objectivos pressionar a administração norte-americana a aderir ao Protocolo de Quioto, manifestar a insatisfação pela política de transportes públicos seguida em Portugal e alertar a população para o fenómeno das alterações climáticas, promovendo comportamentos que ajudem a travar este fenómeno.

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