01/06/2007

Biocombustíveis e energias renováveis

O grupo ambientalista ‘Biofuelwatch’ tem vindo a insurgir-se contra a prática - disseminada pelos meios académicos e amplificada pela imprensa em geral - de se chamar energia renovável aos biocombustíveis.
Outra organização internacional, a ‘Friends of the Earth’, estima que 87% do desflorestamento da Malásia, ocorrido em 1985 e 2000, tenha sido provocado pelo crescimento de culturas de palma, usada para a produção de biodiesel, e advertiu para os estragos causados pela expansão da produção de matérias-primas destinadas à obtenção de combustíveis verdes.
A tese do ‘Biofuelwatch’ é tão polémica quanto a que foi defendida num estudo de 93 páginas divulgado recentemente pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD), sedeado em Winnipeg, no Canadá. Segundo o levantamento do IISD, intitulado ‘Biocombustíveis a que preço?’, os contribuintes norte-americanos pagam cerca de sete mil milhões de dólares (cerca de cinco mil milhões de euros) por ano em subsídios à indústria de biocombustíveis líquidos, valor equivalente ao que a Casa Branca dá às produções de acúçar e algodão, juntas 1.
Também Fidel Castro havia já alertado para o problema, acusando que “o império havia lançado ao mundo a palavra-de-ordem de produzir biocombustíveis para libertar os Estados Unidos, o maior consumidor mundial de energia, de qualquer dependência externa em matéria de hidrocarbonetos.”.
No acordo com o Instituto estes fundos poderiam ser muito melhor aproveitados se fossem usados para desenvolvimento de tecnologias protectores do meio ambiente e de outras fontes de energia.

1. Ver “Infinita” nº 20 (Jun. 2007), p. 64
2. Ver “O que se impõe de imediato é uma Revolução Energética” IN
www.resistir.info/energia/fidel_biocombustiveis.html

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