18/07/2007

Um radar por mil vidas

O presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP) não está “surpreendido” pelas 4.090 infracções registadas num dia pelos radares, que diz estarem “colocados arbitrariamente”. “Quem colocou os radares (…) não quis ouvir as entidades competentes sobre a sua localização e velocidade limite, por isso não me espantam estes números”.
“Nós, ACP, estamos completamente de acordo com a colocação dos radares e sobre a sua utilidade, mas estamos contra a sua localização e achamos certos limites desadequados”.
A presidente da cessante Comissão Administrativa “foi avisada dos erros que estava a cometer e, em vez de recorrer às entidades competentes como a Direcção Geral de Viação (DGV), a Prevenção Rodoviária, a PSP e o ACP, optou por colocar os radares por auto-recriação, arbitrariamente e sem nenhum critério”. “Considerando que 30 por cento do valor das multas vão para a Câmara, não me admira que os radares estejam colocados em saídas de auto-estradas e com limites ridículos como na Radial de Benfica [80 km/h] e no Campo Pequeno [50 km/h]”, afirmou.
“Os radares, onde estão colocados e com estes limites, servem para uma autêntica caça à multa”. Na sua opinião, as localizações e certos limites têm de ser “corrigidos”, com risco de se causar um “grande engarrafamento na cidade de Lisboa”.
Recorde-se o presidente do ACP é membro da lista de um dos candidatos independentes que concorreu às eleições intercalares para a CML. E até hoje, apesar de muito já se ter falado sobre os radares ao longo dos últimos meses, estranha-se que nunca se tenha pronunciado sobre as suas localizações.
Os condutores que forem detectados a ultrapassar os limites de velocidade nestas vias incorrem em multas entre os 60 e 2500 euros, previstas no Código da Estrada. A velocidade máxima registada nas primeiras 24 horas de funcionamento foi de 176 quilómetros/hora na Radial de Benfica.
Pelo que talvez seja mais importante ‘desarrolhar’ o “grande engarrafamento na cidade de Lisboa” do que salvar as vidas dos potenciais sinistrados. Que o digam esses ‘acidentados’… Uma vida que seja não ‘valerá’ mil radares.

Ver
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=45928

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