20/01/2008

Uma (já velha) ideia holandesa

Aplicada desde há muito em várias cidades europeias, a medida de limitar a um máximo de 30 km/hora a velocidade da circulação automóvel destina-se a reduzir os atropelamentos e a fomentar a vida de bairro, ao mesmo tempo que melhora a qualidade ambiental, quer do ponto de vista de poluição do ar, quer da poluição sonora.
Foi no início dos anos 70 que os holandeses criaram as ‘woonerf’, zonas de convivência entre veículos e peões, onde os primeiros não podiam ultrapassar os… 20 km/hora. O conceito vingou e hoje existem ‘zonas 30’ espalhadas um pouco por toda a Europa, muitas delas ao abrigo das Agendas 21 local, planos de acção destinados a assegurar a sustentabilidade ambiental no nível local, no seguimento do acordo firmado em 1992 entre 179 países, durante a Conferência das Nações Unidas para o Ambiente e Desenvolvimento.
Que resultados por essa Europa fora?
Dados divulgados pelo município de Barcelona, no Verão de 2006, davam conta de que as ‘zonas 30’ permitiram a redução da sinistralidade em 87%. Valores ligeiramente inferiores são apresentados para Chambery, em França, enquanto em Bona essa taxa se ficou pelos 37%. Em Graz, na Áustria, conseguiu-se mesmo uma diminuição das emissões de dióxido de carbono na ordem dos 24%, e Cornaredo, em Itália, viu baixar o trânsito de atravessamento dos bairros residenciais em 30%. 1
Por cá sabe-se apenas que, passados mais de 30 anos sobre a ‘ideia holandesa’, este objectivo surge expresso na Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária, e poderá agora vir a ser aprofundado por um grupo de trabalho em que participam estruturas como a Estradas de Portugal, Governos civis e Associação Nacional de Municípios Portugueses, propondo o documento estratégico medidas específicas de acalmia de tráfego 2.

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