26/08/2008

Pontos negros nas vias públicas

A Divisão de Trânsito (DT) da Polícia de Segurança Pública (PSP) elaborou um estudo, no início deste ano, que aponta vários factores para os atropelamentos e acidentes na capital, nomeadamente a falta de passadeiras e a sua não utilização pelos peões, o desrespeito e a deficiente sinalização, o excesso de velocidade dos automobilistas e a distracção dos condutores e peões.
De acordo com os esclarecimentos do comandante de operações da Divisão de Operações da DT da PSP de Lisboa, nos primeiros quatro meses de 2008 registaram-se 266 atropelamentos em Lisboa, dos quais 101 foram verificados em passadeiras e 165 fora delas. Os 266 atropelamentos originaram 22 feridos graves e 267 feridos ligeiros, sem nenhuma morte registada até ao momento.


O subcomissário da DT da PSP de Lisboa responsável pelo levantamento dos acidentes ocorridos em Lisboa afirma que identificou dois grupos de maior risco: os peões (em particular, pessoas idosas) e os motociclistas que registam acidentes com mais gravidade, sendo que 66,7% das vítimas mortais verificadas em 2007 pertencem a estes dois grupos.
Também a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANRS) revelou que 135 peões morreram vítimas de atropelamento em Portugal em 2007, não sendo possível estabelecer o número de mortos nos 30 dias seguintes com origem no atropelamento, em virtude de não existirem dados oficiais 1.
Nos últimos três anos, os atropelamentos com vítimas em Lisboa têm aumentado, sendo Lisboa de longe o distrito onde os atropelamentos com vítimas são mais frequentes. Segundo um estudo da ANRS sobre segurança rodoviária, quem morre mais vezes são idosos que estão a atravessar passadeiras, ocorrendo a maior parte dos atropelamentos nas vias mais movimentadas 2.
Mas a culpa está muitas vezes nas deficiências do traçado e sinalização das vias. Curvas perigosas, descidas acentuadas, falta de ‘rails’ de protecção, sinais ausentes ou mal colocados, ruas de bairro que parecem auto-estradas e buracos no pavimento.

Os ‘pontos negros’ das estradas não podem continuar a ser corrigidos só depois de alguém morrer. Os cidadãos podem e devem participar na sua resolução, alertando as autoridades para as deficiências que conhecem e as más experiências que viveram ou presenciaram.
Por isso a DECO e a ACA-M criaram um formulário para que os munícipes possam denunciar os problemas detectados nas vias públicas. Para ajudar a corrigir os problemas encontrados e prevenir a sinistralidade rodoviária, é fundamental denunciar estas e outras situações perigosas que sejam detectadas nas vias públicas. Participe e ajude a salvar vidas 3.

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