31/08/2008

Poucos ‘Amarelos’ festejam os 107 anos


A Carris celebra hoje, domingo, o 107º aniversário do dia em que o eléctrico começou a percorrer a cidade de Lisboa, uma ‘vida’ longa que pode ser revisitada no museu da transportadora. Mas uma vida muito atribulada para os utentes, com os inúmeros recentes cortes de carreira, que fazem antever uma ‘morte anunciada’ dos ‘Amarelos’.
Inaugurado a 31 de Agosto de 1901, a primeira linha de tracção eléctrica da capital, entre o Cais do Sodré e Ribamar (Algés), surgiu 29 anos depois da fundação da Carris, que já disponibilizava, desde 1873, o serviço público com veículos de tracção animal sobre carris, conhecidos por ‘americanos’.
De acordo com a empresa, os trabalhos para concretizar a antiga preferência por carros eléctricos começaram em 1900, com “o relançamento da via, a instalação da rede aérea e a construção de uma fábrica termoeléctrica capaz de fornecer toda a energia necessária”.
Mais elegante, cómodo e rápido - como descreveu a imprensa de então, o novo sistema foi instalado em toda a rede existente em 1904, a que se seguiu o crescimento da frota e a criação de novos percursos.
Mais de um século depois, o percurso do característico transporte da capital pode ser conhecido no Museu da Companhia Carris de Ferro de Lisboa, fundado em 1999, onde são referidas as transformações que o serviço tem sofrido ao longo dos tempos, com o aumento da população, as “cada vez mais difíceis” acessibilidades da capital e o surgimento dos autocarros (geridos pela mesma empresa) e do Metropolitano de Lisboa 1.


107 anos depois, são já muito poucos os ‘Amarelos’ que ainda circulam. Com efeito, de momento, a Carris apenas dispõe de 5 carreiras em circulação 2.
Confortável, histórico, pouco ruidoso e não poluente. Só a rapidez é que não faz parte deste elenco dos principais aspectos positivos apontados pelos 16,4 milhões de passageiros que em 2007 escolheram os eléctricos da Carris como principal meio de transporte. Destes, a maioria são portugueses, mas os turistas escolhem cada vez mais este meio de transporte 3.
Recorda-se que o Grupo Municipal de “Os Verdes” vem periodicamente insistindo na “reposição dos troços possíveis das linhas de eléctrico” em Lisboa, tendo em consideração as suas vantagens não apenas turísticas, como de os transportes férreos serem meios alternativos menos poluentes aos restantes meios de transportes de superfície 4.


Nota: Inúmeras fotos sobre as várias séries de eléctricos em Lisboa pode ser consultada IN http://tlimtlimxabregas.blogs.sapo.pt

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