14/06/2009

Organizações ambientalistas dão nota negativa ao presidente da Comissão Europeia

Não se pode dizer que tenha sido brilhante a prestação da Comissão Europeia nas mãos de Durão Barroso, de 2004 a 2009. Na verdade, foi mesmo “preocupante”.
Numa escala com dez valores, Bruxelas só conseguiu uma média de 4,4, numa avaliação em doze sectores feita pela ‘Green 10’ 1, uma plataforma de organizações ambientalistas como a WWF, Greenpeace ou os Amigos da Terra.
A melhor nota foi para o Clima, com sete valores, e depois para a Energia e Transportes, ambos com seis valores. O cumprimento da legislação europeia e a saúde surgem com cinco valores. A seguir na lista estão, com quatro valores, a agricultura, a biodiversidade, o orçamento e a política de coesão e comércio.
Bruxelas teve pior nota na estratégia de desenvolvimento sustentável (apenas dois valores) e na transparência e recursos naturais (ambos com três valores).
A plataforma responsabiliza pela má nota o fracasso da reforma das políticas da agricultura e pescas e pela incapacidade de avançar com políticas economicamente sustentáveis.
“Ecossistemas saudáveis e a biodiversidade são essenciais para o desenvolvimento das nossas economias. Ainda assim, muita actividade económica continua hoje a poluir e destruir irreversivelmente o Ambiente e a saúde das pessoas”. É por isso urgente “que a União Europeia garanta que as suas políticas económicas sejam sustentáveis”.
As organizações lembram que, quando assumiu funções, Durão Barroso “rejeitou explicitamente a ideia de que a UE deveria tentar, ao mesmo tempo, cumprir objectivos económicos e ambientais”, centrando-se no crescimento económico e nos empregos. “As preocupações ambientais e sociais deveriam vir em segundo lugar”. “Apesar do compromisso do comissário para o Ambiente, a Comissão perdeu oportunidades para trazer soluções ‘win-win’ para o Ambiente e Economia”, consideraram.
O relatório conclui que Bruxelas negligenciou a protecção da natureza, não conseguiu um financiamento adequado à Rede Natura 2000 e continua a apoiar os organismos geneticamente modificados (OGM).
A plataforma apela à próxima Comissão Europeia para inverter estes resultados e apresentar políticas “que beneficiem o ambiente, a saúde das pessoas e criem crescimento económico sustentável e postos de trabalho” 2.

1. Ver
www.green10.org
2. Ver http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1386065&idCanal=11

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