04/07/2009

Associações da Plataforma por Monsanto rejeitam acordo com Festival Delta Tejo

Doze das treze associações da Plataforma por Monsanto decidiram não assinar qualquer acordo com o patrocinador do festival Delta Tejo, que se realiza naquele parque, por contestarem as compensações oferecidas e o impacto ambiental do evento.
Depois de o grupo ter protestado contra a falta de limpeza dos terrenos após a edição do ano passado do festival, a Delta Cafés SGPS entrou em diálogo com as associações ambientais e de cidadania, organizando duas reuniões.
À Plataforma acabou por lhe ser apresentada uma proposta de união de esforços para reduzir o impacto ambiental da iniciativa, na qual a empresa se comprometia, entre outros, a realizar uma campanha de sensibilização, a utilizar meios e materiais ecológicos, a construir casas de banho (que serão hoje inauguradas) no parque e a compensar a pegada ecológica do evento com projectos de preservação da natureza “noutras zonas do país”.
No entanto, Manuel Verdugo, da Plataforma, sublinhando que o grupo discorda mesmo da realização de festivais no espaço verde de Monsanto, pois “a acção é praticada em Monsanto e as contrapartidas relativas a alguma atitude mais agressiva para o ambiente não são sequer em Lisboa. Temos tantos espaços na cidade mais adequados. Há uma ideia errada de Monsanto, quando se encerra equipamentos é para lá que os mandam, mas Monsanto tem de se preservado”.
O representante apontou a “invasão de carros” que por vezes derrubam arbustos, a falta de respeito de algumas pessoas e a poluição sonora - com impacto no estado de espécies como a coruja - como principais problemas. Disse que, ainda assim, o acordo com a patrocinadora poderia ser equacionado se as contrapartidas fizessem a diferença em Monsanto a nível ecológico.
Já a Quercus optou por estabelecer uma parceria: segundo informação da Delta Cafés, a empresa e a associação acordaram que a produtora de café vai participar no projecto de conservação do Caniçal no Vale do Tejo, residência da maior colónia de garças portuguesa, além de apoiar a plantação de árvores na área desflorestada de Portas de Ródão (o que tem a haver com Monsanto??).
“Iniciámos um processo de diálogo com a Delta e consideramos que não se pode agora interromper o diálogo só porque, de repente, os projectos de compensação não são os melhores. Nós assumimos que a proposta seria para nós aceitável, as outras associações são livres para aceitar ou não”.
Para a organização ambientalista, que na 6ª fª assinou uma carta de entendimento com a empresa, não parece correcto quebrar as negociações depois de um ano de conversações e mesmo antes do evento, que decorre entre hoje e domingo.
Quanto à adequação do Parque Florestal de Monsanto para a realização de festivais, a Quercus afirma que não vê (??) total incompatibilidade, embora admita que “talvez aquele não seja o local mais apropriado”.

Ver Lusa doc. nº 9864683, 03/07/2009 - 14:10

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