21/06/2016

Recomendação “Controlo sanitário de animais rastejantes”


 
Entre as pragas urbanas de proliferação de animais, as de roedores e insectos ocupam sem dúvida um lugar de destaque, contaminando alimentos e outros bens, quer em espaço público, quer a nível doméstico, pondo em causa a saúde pública. Estas espécies são consideradas oportunistas ou comensais, isto é, dependem de uma forma importante da presença de comunidades humanas, cujos alimentos e desperdícios constituem a sua principal fonte alimentar.

A sua origem e concentração podem ser diversas, desde edifícios degradados, locais com mercadorias infestadas ou caixotes de lixo não higienizados. Essas pragas podem depois disseminar-se da via pública para habitações, locais de armazenamento de produtos alimentares (supermercados, restaurantes, ‘roulotes’ e quiosques), por esgotos, escolas e mesmo em hospitais. Além de poderem entrar por janelas e portas, podem também aceder aos edifícios através de aberturas nas canalizações, ventiladores e algerozes, onde fazem ninhos e depositam ovos e larvas.

Por outro lado, a proximidade do homem protege estes parasitas contra muitos dos seus inimigos naturais, conseguindo reproduzir-se várias vezes num mesmo ano, pelo que provocam estragos consideráveis nos locais que infestam, consumindo alimentos e contaminando-os com doenças, fezes e urina, pondo em causa a saúde pública.

Assim, considerando que periodicamente são avistados na via pública cadáveres de animais rastejantes e outras parasitas;

Considerando casos recentemente reportados onde se detectaram surtos de roedores e insectos parasitas - ratos e baratas -, como no caso de algumas zonas residenciais ou, por exemplo, das redondezas da estação ferroviária Roma/Areeiro, tendo-se propagado depois pelos corredores e dentro de lojas vazias.

Considerando que eventuais pragas põem em causa a higiene e saúde públicas, designadamente, em espaços habitacionais, de restauração e áreas lúdicas e uso infantil.

Considerando, porém, que os Serviços da Divisão de Higiene e Controlo Sanitário da CML deveriam reforçar as campanhas de eliminação de pragas de animais rastejantes, concretamente, por meio de acções de desratização e de desbaratização, mesmo que não avistem qualquer cadáver de animal.

Considerando, finalmente, que uma higiene preventiva garante uma melhor prevenção de potenciais contágios por contacto com o ser humano e produtos alimentares.

Neste sentido, a Assembleia Municipal de Lisboa delibera, na sequência da presente proposta dos eleitos do Partido Ecologista “Os Verdes”, que a Câmara Municipal de Lisboa:

1 - Avalie a qualidade de higiene pública de locais considerados mais problemáticos, designadamente junto à rede de colectores, a ecopontos, zonas de venda de produtos alimentares, lixeiras e edifícios devolutos.

2 - Planeie o momento mais adequado para realizar campanhas de controlo de animais rastejantes, excluindo o uso de meios incisivos e produtos químicos ou tóxicos ao ser humano e ao seu meio-ambiente.

3 - Promova a limpeza de lagos artificiais, propícios à criação de insectos e à periódica desmatação de canaviais e ervas daninhas.

Assembleia Municipal de Lisboa, 21 de Junho de 2016

O Grupo Municipal de “Os Verdes
 

Cláudia Madeira                                                           J. L. Sobreda Antunes

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