26/07/2016

Intervenção sobre a Linha do Oeste, na Assembleia Municipal de Lisboa de 26 de Julho de 2016



            Para Os Verdes, o transporte ferroviário sempre foi fundamental para uma estratégia integrada de desenvolvimento.
 
            Reconhecemos a importância e a urgência da requalificação da Linha Ferroviária do Oeste, que é essencial para o desenvolvimento ambiental, social e económico da região e um eixo estratégico da rede ferroviária nacional.
 
            Esta modernização tem sido uma reivindicação das populações, de agentes económicos e de autarcas, uma vez que a linha foi votada ao esquecimento por parte de sucessivos governos. Situação que não foi mais longe devido às lutas entretanto travadas.
 
            A requalificação desta linha representa uma melhoria significativa das condições de vida das populações, no entanto, o Plano de Investimentos em Infraestruturas – Ferrovia 2020, apenas prevê a requalificação do troço entre Meleças e Caldas da Rainha, ou seja, somente 103 kms dos 198 kms que compõem a referida linha, omitindo o restante troço entre as Caldas da Rainha e o Louriçal, assim como a ligação à Figueira da Foz.
 
            Na perspectiva de Os Verdes, esta requalificação, apesar de positiva, é insuficiente e não eliminará por completo os problemas actualmente existentes, ficando aquém da possível e necessária requalificação, não sendo possível ultrapassar e resolver de forma definitiva os problemas estruturais que a Linha do Oeste hoje em dia apresenta, mantendo-se, desta forma, subaproveitada.
 
            Deixar de fora parte do troço, fará com que se anule o efeito positivo da intervenção que venha a ser feita e será manter os problemas antigos, o que não faz qualquer sentido.
 
            Razão pela qual consideramos que é importante que a deliberação da 8ª Comissão se pronuncie favoravelmente em relação à requalificação na totalidade do troço da linha. Caso contrário, estaremos perante uma total falta de compreensão da importância regional desta linha.
 
            Sobre a realização de estudos para avaliar a viabilidade de uma ligação desta linha a Lisboa através do Município de Loures, apenas queremos realçar que eventuais estudos não devem atrasar ou inviabilizar o início dos trabalhos de requalificação.
 
            Chamamos também a atenção para o facto de o Plano de Investimentos Ferroviários dar prioridade aos investimentos no transporte de mercadorias em detrimento do transporte de pessoas, o que acaba por se ver reflectido na proposta de requalificação da Linha do Oeste o que, em nosso entender, deveria ser revisto, pois o transporte de mercadorias não é a única razão para justificar a requalificação da Linha.
 
            Não sendo esta linha, as opções que restam às populações desta região são o transporte individual e o transporte rodoviário, que não se apresentam como as soluções mais sustentáveis.
 
            Dizer ainda, para terminar, que consideramos que neste processo é fundamental ouvir os agentes com interesse no assunto, nomeadamente a Comissão para a Defesa da Linha do Oeste.
             
Cláudia Madeira
Grupo Municipal de Os Verdes

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